Ricardo Rogers
A Polícia Federal afirma que Jair Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio do plano de golpe de Estado para se manter no poder, mesmo após perder a eleição de 2022 para Lula. Relatório da PF coloca o ex-presidente no centro da trama golpista, que inclui grupo de militares e civis, e afirma que a ruptura democrática só não deu certo por ‘circunstâncias alheias’ à vontade de Bolsonaro.
O plano envolveu tentativas de descredibilizar o sistema eleitoral e de mobilizar as Forças Armadas contra a posse de Lula (PT) e até o assassinato do presidente eleito e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB) – além do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Em 21 de novembro de 2024, Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático, golpe e organização criminosa.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) é responsável por decidir se apresenta ou não a denúncia à Justiça. Se a denúncia for apresentada, a Justiça decidirá se a aceita e torna os acusados réus. Então, decidirá pela condenação ou absolvição
Segundo o inquérito, o policial federal Wladimir Matos Soares, que foi indiciado e preso, aderiu aos ideais golpistas. Uma de suas ações era repassar “informações sensíveis sobre a estrutura de segurança do presidente eleito”, aponta a investigação.
Uma informação ressaltada no inquérito é que o policial federal Wladimir Matos Soares se infiltrou na segurança de Lula para obter informações sobre o presidente eleito. “Conforme demonstrado, Wladimir passou os dados para o segurança pessoal do então presidente Jair Bolsonaro, que estava naquele momento empenhado para consumação do golpe de Estado, tentando obter o apoio das Forças Armadas”, aponta a investigação.
Em meio à tempestade política que marcou os últimos anos no Brasil, surge uma denúncia que choca pela audácia e pela gravidade: a existência de um plano golpista denominado Punhal Verde e Amarelo, que teria como objetivo não apenas desestabilizar a democracia, mas também eliminar fisicamente o presidente eleito em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice eleito Geraldo Alckmin e uma outra autoridade ainda em investigação.
De acordo com as investigações conduzidas por órgãos federais e reveladas recentemente, o esquema golpista previa métodos extremos para concretizar suas intenções. Entre as estratégias, constava o uso de substâncias químicas ou venenos capazes de induzir um “colapso orgânico” no então presidente eleito. A intenção era criar uma narrativa de morte súbita ou natural, camuflando o ato criminoso como uma tragédia inevitável.
Golpistas
Fontes ligadas ao caso apontam que o grupo envolvido no planejamento golpista era composto por setores radicais que rejeitavam o resultado das urnas e buscavam retomar o poder a qualquer custo. Com financiamento obscuro e articulação coordenada, os conspiradores exploraram diversos cenários de desestabilização política, que iam desde ações de desinformação até a hipótese de assassinato.
O plano do envenenamento foi descrito como uma “última cartada” para garantir que o projeto autoritário avançasse. Documentos apreendidos indicam que as substâncias seriam introduzidas em um momento de vulnerabilidade, possivelmente durante eventos públicos, reuniões de gabinete ou até mesmo no cotidiano privado do presidente.
O caso lança luz sobre uma rede de interesses que ainda opera sob as sombras no Brasil, revelando como a hipocrisia de discursos “patrióticos” pode esconder intenções antidemocráticas e criminosas. A investigação, que segue em sigilo parcial, já resultou na identificação de pelo menos dez envolvidos diretos no planejamento, incluindo ex-militares e empresários alinhados com ideologias extremistas.
Além disso, áudios e mensagens trocadas em aplicativos criptografados reforçam a gravidade das acusações, deixando claro que os conspiradores acreditavam na impunidade como escudo. “Se for bem feito, ninguém vai suspeitar”, diz uma das mensagens interceptadas.
O episódio reflete o nível de polarização e a presença de elementos dispostos a atropelar a legalidade e os direitos civis para impor sua visão de conforto em cima de uma hipocrisia patriótica.
O Futuro da Democracia
Afinal, os alicerces da democracia não podem ser corroídos pelo veneno da intolerância e do autoritarismo. O plano frustrado do Punhal Verde e Amarelo nos relembra que a vigilância deve ser constante. A verdade, embora muitas vezes abafada por aqueles que lucram com a mentira, sempre encontra um caminho para emergir. E quando isso acontece, ela não apenas ilumina os fatos, mas também derrota a hipocrisia, expondo as trevas que tentam sufocar a justiça.
Ricardo Rogers é Jornalista, formado em Gestão Pública e Pós-graduado.