No dia 8 de janeiro de 1988 a Polícia Federal emitiria um laudo que mancharia para sempre a imagem de um capitão do Exército Brasileiro que, àquela altura, já tinha uma reputação bastante avariada. Jair Bolsonaro (PL), tinha ganhado a atenção da imprensa desde 3 de setembro de 1986, após ter escrito um artigo para a revista Veja no qual fazia críticas violentas à organização militar da qual ele mesmo fazia parte, exigindo aumento salarial aos berros.
Jair Bolsonaro foi condenado por unanimidade por um conselho formado por três coronéis, por elaborar um plano para explodir bombas-relógios em unidades militares do Rio de Janeiro. Ele foi absolvido após entrar com recurso no STM (Superior Tribunal Militar).
O que aconteceu
Uma publicação da revista Veja de 1987 acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro, então militar, e um outro oficial de elaborar um plano para explodir bombas-relógios em unidades militares do Rio de Janeiro.
Ex-presidente negou autoria, mas perícia confirmou. A revista divulgou esboços atribuídos a Bolsonaro como uma das evidências do plano. Ele negou a autoria e citou que dois exames grafotécnicos (que analisam a autenticidade de assinaturas e documentos) tiveram resultados inconclusivos. A perícia da Polícia Federal, no entanto, concluiu que as anotações eram dele.
Condenado e depois absolvido.
Por causa do plano exposto pela Veja, Bolsonaro foi condenado por unanimidade por um conselho formado por três coronéis. Ele acabou absolvido ao entrar com recurso, acolhido por ministros do STM, por oito votos a quatro.
Prisão de 15 dias em 1986.
Um ano antes da publicação, Jair Bolsonaro escreveu, sem consultar os superiores, um artigo para a revista Veja em que pedia aumento salarial para a tropa. Ele foi punido por “ter ferido a ética, gerando clima de inquietação na organização militar” e “por ter sido indiscreto na abordagem de assuntos de caráter oficial, comprometendo a disciplina”.
Fonte: Uol