Redação:
Café, carne e ovos estão entre os vilões da inflação de alimentos, de acordo com o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) no acumulado de doze meses até janeiro. O preço do café moído disparou 50%. Carnes (21%) e azeite (17%) também subiram muito acima da inflação do período, que ficou em 4,56%.
A alta no preço dos alimentos é um dos principais desafios neste começo de ano para o governo Lula, que tenta recuperar a popularidade que anda em baixa. A expectativa de uma safra recorde de grãos em 2025 traz esperança para a queda de preço, mas será que isso é o suficiente para fazer café, carne e azeite baixarem de preço?
O café moído vem em uma alta acentuada desde o final do ano passado, quando as maiores companhias produtoras de café anunciaram o aumento nas prateleiras. Mas foi em janeiro que o consumidor sentiu no bolso um preço amargo. No IPCA de janeiro o produto subiu 8,56%.
A analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, Laleska Moda, explica que a alta em 2025 já era esperada por conta de baixos estoques de café em diversos países do mundo, combinada com uma produção menor do Vietnã nas safras de 2023 e 2024.
De acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 17, a expectativa do mercado para o IPCA é de alta de 5,60% ao fim deste ano, de 5,58% na pesquisa anterior, no que foi a 18ª semana consecutiva de aumento na previsão. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira é de 4,35%, de 4,30% anteriormente.
O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Fonte: Bruno Pavan / Dinheiro Rural