Por: Ricardo Rogers Mendonça Manciolli / DRT 1607-MT
Vivemos tempos estranhos. Tempos em que a palavra “liberdade” começa a perder força, e o peso do poder começa a falar mais alto do que o bom senso. A prisão prolongada do general de quatro estrelas Braga Netto — já denunciado formalmente pela Procuradoria-Geral da República — é mais um desses sinais de que algo está fora do lugar no funcionamento da nossa república.
Já são 89 dias de prisão preventiva, mesmo com a investigação oficialmente encerrada. Mas o que preocupa não é apenas a acusação — que deve, sim, ser investigada com seriedade. O que realmente assusta é que, mesmo sem risco atual de interferência no processo, o general continua preso.
Isso não é Justiça, é exagero.
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E quando a liberdade deixa de ser um direito e passa a ser um privilégio, a democracia começa a dar lugar ao autoritarismo disfarçado.
Mais preocupante ainda é o silêncio — ou a apatia — das Forças Armadas diante desse cenário. O Exército, que já foi símbolo de força e ordem no Brasil, hoje parece frágil, sem voz, quase submisso aos poder judicial. Quando um general de alta patente pode ser mantido preso por tempo indeterminado sem justificativa legal clara, o que sobra para o cidadão comum? o que sobra para um civil pobre e injustiçado?
O que vemos hoje é um Exército que perdeu moral e autonomia, que não sabe mais se defender nem defender os braços irmãos. Isso não é força, é fraqueza.
Sim! os erros devem ser investigados. Golpes devem ser combatidos. Mas isso tem que acontecer dentro das leis, fora da tirania midiática, do linchamento digital e da cultura do cancelamento.
Caso contrário, viramos uma terra onde a punição vem antes do julgamento e a guilhotina retorna nos tempos modernos matando a honra e reputação de quem realmente jurou defender a pátria ” e isso não é Justiça, é vingança travestida de legalidade“.
A democracia não se sustenta com medo, nem com silêncio. Ela se sustenta com direitos, com limites claros, e com coragem para dizer: “isso está errado” — mesmo quando o errado vem do próprio braço da república.
Se as Forças Armadas querem recuperar sua honra, precisam mostrar que estão no lado certo da história, da moral, da liberdade e acima de tudo, de um poder que não sobrepõe o outro.
De quem realmente honrou sua existência pelo Exército de Caxias e aos oficiais leais ao braço forte e mão amiga.