Redação:
Em um ato público realizado na manhã deste domingo (16), na praia de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro convocou seus apoiadores para uma manifestação em defesa da anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A manifestação, que reuniu milhares de pessoas vestidas majoritariamente com roupas verde e amarelo, teve como principal pauta o perdão aos envolvidos no maior ataque às instituições da República desde a redemocratização do país.
O evento contou com a presença de figuras políticas de peso da direita brasileira, incluindo os governadores Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Tarcísio de Freitas (São Paulo), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Jorginho Mello (Santa Catarina).
Por volta das 11h30, Bolsonaro subiu ao trio elétrico e iniciou seu discurso. Em tom enfático, o ex-presidente pediu anistia para os presos pelos atos considerados golpistas. “Nós pedimos a anistia para aqueles que, por excesso ou erro, cometeram atos naquele 8 de janeiro. Não podemos permitir que brasileiros sejam condenados a décadas de prisão”, declarou.
O STF já condenou 481 pessoas por envolvimento nas invasões aos prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto. Destas, 255 foram sentenciadas por crimes classificados como graves, com penas que chegam a 17 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado ao patrimônio público. Outros 8 acusados foram absolvidos, enquanto as penas menores, por associação criminosa e incitação ao crime, têm sido convertidas em restrições de direitos.
A manifestação em Copacabana ocorre em meio a um cenário de tensão institucional e debates acalorados sobre os limites da liberdade de expressão, responsabilização criminal e a defesa do Estado Democrático de Direito. Juristas e analistas políticos já apontam que o pedido de anistia pode acirrar ainda mais os embates entre o Judiciário e setores bolsonaristas.
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