Redação:
O coordenador de sanções do Departamento de Estado dos Estados Unidos, David Gamble, desembarcará no Brasil na próxima segunda-feira, 5 de maio, para tratar de possíveis punições ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A visita ocorre em meio a tensões diplomáticas impulsionadas por críticas vindas do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que acusa Moraes de promover censura e perseguir conservadores nas redes sociais.
Durante sua estadia, Gamble deve se reunir com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e, possivelmente, com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A visita foi articulada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente está licenciado de seu mandato e se encontra nos Estados Unidos.
A iniciativa surge em meio a uma série de críticas públicas feitas por personalidades internacionais, entre elas Elon Musk, proprietário da rede social X (antigo Twitter), que trava uma disputa com o ministro do STF. Moraes tem ordenado o bloqueio de contas consideradas disseminadoras de conteúdo antidemocrático. Em fevereiro, Musk reagiu a uma postagem crítica ao ministro com um comentário sugestivo: “De Moraes possui propriedades nos Estados Unidos?”, insinuando a possibilidade de sanções.
Musk também comentou sobre a inelegibilidade de Jair Bolsonaro — determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação — classificando a decisão como “tirania”. O empresário norte-americano republicou mensagens em apoio ao ex-presidente brasileiro e a outros líderes conservadores internacionais, sugerindo perseguição política sob o pretexto da defesa da democracia.
De acordo com informações do colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, além de Moraes, outros alvos de eventuais sanções discutidas por Gamble incluem juízes auxiliares do STF e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. O tema da segurança pública também deve integrar a pauta da visita.
