Uma simples colisão de trânsito em Barra do Garças, Mato Grosso, evoluiu para um complexo emaranhado de acusações que colocam servidores da Perícia Oficial (POLITEC), de Barra do Garças – sob os holofotes. O caso, que começou com um pedido de indenização, agora investiga um possível exercício ilegal da advocacia realizado por servidor da POLITEC e um suposto conluio para favorecimento de agentes públicos pelo tráfico de influência. A apuração está em curso na Corregedoria da POLITEC, Ministério Público e na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT).
Tudo começou quando o pai de um servidor da POLITEC buscou reparação após seu veículo ser atingido em um acidente de trânsito. Contudo, a defesa trouxe à tona alegações explosivas: o advogado do autor, seria também servidor da POLITEC e, por isso, legalmente impedido para o exercício da advocacia, o que configura exercício ilegal da profissão.
As suspeitas não pararam por aí. O laudo pericial sobre os danos no veículo, peça chave no processo, também entrou na mira. A perita oficial, responsável pelo laudo, é colega tanto do advogado quanto do filho do autor da ação, que também seria servidor do mesmo órgão.
A defesa aponta uma celeridade incomum na emissão do laudo – feito no mesmo dia da solicitação. Essa celeridade é incomum no serviço público. Deste modo, questiona a imparcialidade da perícia, pedindo a investigação para apurar um possível conluio entre os servidores para beneficiar o autor da ação, filho e advogado.
A gravidade das denúncias levou à Corregedoria-Geral da própria POLITEC a instaurar uma investigação formal. O órgão busca apurar “indícios da possível prática de tráfico de influência envolvendo agente vinculado a esta instituição”, conforme documentos oficiais.
Paralelamente, a OAB-MT também foi acionada e está apurando a conduta profissional do advogado do autor (servidor público da POLITEC) e o possível exercício ilegal da advocacia.
Na esfera criminal, o procedimento corre junto ao Ministério Público de Barra do Garças.
Este caso deixou de ser uma mera disputa por danos materiais. Transformou-se em um teste de fogo para a credibilidade da POLITEC e para a confiança pública nas instituições.
As investigações prometem desvendar os bastidores deste imbróglio, e os resultados podem ter consequências devastadoras.
Em suma, o que está em jogo é muito mais do que uma batida de carro; é a própria lisura e imparcialidade de um órgão essencial para a justiça em Mato Grosso. A sociedade aguarda, de olhos bem abertos, o desfecho desta trama explosiva.