Ricardo Rogers / Claudio Vieira
Um dos cartões-postais mais emblemáticos do turismo goiano, a Praia Quarto Crescente, tornou-se alvo de uma ação de defesa ambiental que reacende o debate entre preservação e exploração turística. Após denúncias de danos causados por intervenções ilegais no local, a Justiça determinou a paralisação imediata de qualquer atividade na área de preservação permanente (APP) da praia, sob multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
A ação, movida pelo promotor de Justiça Dyrant Cardoso de Oliveira, denuncia a ausência de licença ambiental em recentes obras de “limpeza” da praia. O caso mais grave envolve o rompimento de uma galeria pluvial, que provocou um processo erosivo e degradação acentuada do ecossistema local. A decisão judicial foi emitida pela juíza da 2ª Vara Judicial de Aragarças no último mês de maio.

A praia, símbolo de diversão Aragarcense desde os anos 1980, movimentou durante décadas o turismo, a cultura e a economia local. Dados apontam que, desde 2009, a faixa de areia e a vegetação nativa vêm encolhendo de forma preocupante, o que é visível por meio de imagens do Google Earth usadas como prova no processo.

A Justiça acatou os pedidos e determinou que o município apresente todas as licenças ambientais para qualquer intervenção futura, além de exigir a elaboração de um Plano de Recuperação de Área Degradada e a reparação total dos danos já causados.

Nos grupos de mensagens da cidade, circularam nos últimos dias ataques contra vereadores que, segundo os boatos, seriam “contrários à temporada de praia”. Entretanto, o que está em debate não é a realização do evento em si, mas sim a forma como ele é conduzido,
Os que aplaudem agora, buscando lucro imediato, esqueceram que as areias removidas não voltam e que o rio leva, mas não devolve.
As futuras gerações, que ouvirão apenas histórias da praia que existia, pagarão por um progresso apressado. Que saibam, ao menos, que alguém tentou parar. E que os ecos dos erros de hoje não seja mais alto que a sabedoria do amanhã, “tentamos avisar”.
Que Deus tenha misericórdia de Aragarças
