Por Ricardo Rogers: Barra do Garças-MT
Barra do Garças, uma cidade onde as águas correm quentes e poderosas, guarda em seu solo um dos maiores tesouros de cura da natureza: as águas termais do Parque Municipal das Águas Quentes. A energia desse lugar, segundo muitos visitantes, traz um alívio raro, um cuidado quase sagrado para o corpo e a alma.
Para entender o real poder dessas águas, certa vez conversei com o ambientalista e professor Amarílio Carvalho, um homem que dedicou sua vida ao meio ambiente e que, carinhosamente, era conhecido como o “Papai Noel de Barra do Garças”. Amarílio, que partiu aos 91 anos, deixou um legado de sabedoria e respeito pela natureza que ecoa até hoje.
Quando perguntei a ele sobre o poder dessas águas, o professor respondeu com calma que tinha e o conhecimento de um ancião.
Amarílio Carvalho:
“As águas termais de Barra do Garças representam uma fonte pura, sem contaminação por metais pesados ou intervenção humana. Essa água é aquecida nas profundezas do solo, em um processo natural de pressão que ocorre entre as rochas abaixo do subsolo de Barra do Garças. Ao emergir à superfície, ela carrega consigo propriedades medicinais”, explicou Amarílio.
De fato, muitos turistas e moradores locais buscam o parque para banhar-se nas piscinas de águas quentes, acreditando nos efeitos revitalizantes do contato com essa água pura.
Mas, como Amarílio destacou:
“O verdadeiro segredo de sua cura não está apenas no banho: é na ingestão da água que o corpo humano realmente pode se beneficiar”.
O município de Barra do Garças, compreendendo o valor dessa dádiva natural, instalou uma torneira especial na parte externa do parque, batizada de “Fonte Jesus de Nazaré”. Ali, qualquer pessoa pode encher garrafas e galões, levando a água para casa. E essa prática de ingerir a água das fontes termais tem sido relatada por muitos como um processo de cura. De acordo com o professor Amarílio, ao beber a água regularmente, o corpo humano – composto em cerca de 70% por água – vai aos poucos eliminando impurezas e tóxicos pesados, nutrindo e renovando as células. Não é uma cura milagrosa, ele ressaltava, mas uma cura que vem da própria natureza.
Para Amarílio, essa dádiva era clara:
“Aquele que teve a ideia de permitir o acesso direto à água sabia que isso poderia ajudar as pessoas no processo de cura. Essa água pura não tem preço e é um presente da própria natureza”.
A cura está em Barra do Garças.
Ricardo Rogers
FOTOS: Mayke Toscano/Secom-MT